Para
Mintzberg (2000), a Estratégia requer uma série de definições, descritas a
seguir. Plano – define uma direção, um curso de ação para o Futuro, um caminho
para ir daqui até la. Ou seja, pode-se considerá-la como a Estratégia
pretendida. Ao observar a Estratégia que uma empresa seguiu ao longo dos
últimos anos – não o que ela pretendia fazer, mas o que fez na realidade,
pode-se observar um padrão de ação, ou seja, um comportamento coerente ao longo
do tempo. Neste caso identifica-se a Estratégia realizada. É natural a ocorrência
dessas naturezas, já que as organizações desenvolvem planos para o futuro e
tendem a desenvolver um padrão de comportamento.
Mintzberg
(2000) sugere ainda que se questione às lideranças das empresas quais foram as
Estratégias pretendidas em comparação à realizada ao longo dos últimos anos.
Caso a resposta seja que as intenções foram perfeitamente realizadas, suspeitar
da honestidade da informação. Se por outro lado a resposta for que foram muito
diferentes do pretendido, suspeitar da capacidade das lideranças.
As
Estratégias plenamente atingidas podem ser consideradas como deliberadas e as
que não foram podem ser chamadas de não realizadas. Quando se observa um padrão
de comportamento de uma empresa ao longo dos anos, pode-se considerar a
Estratégia como emergente. Segundo Mintzberg (2000), ao passo que as
Estratégias deliberadas podem ser consideradas de aprendizado zero e as
emergentes de controle zero, raramente, se é que acontece, alguma Estratégia é
exclusivamente deliberada ou emergente, já que na maioria das vezes ocorre um
mix desses perfis, pois se faz importante misturar os dois aspectos: exercer
controle e incentivar o aprendizado.
Para
algumas pessoas Estratégia é uma posição, ou seja, localização de determinados
produtos em determinados mercados. Se considerada como perspectiva, considera
os aspectos internos da organização, olhando para a mente dos estrategistas.
Adicionalmente,
a Estratégia pode ser considerada como “piège”, um truque, uma manobra para
despistar a concorrência, como por exemplo, ameaçar comprar um concorrente para
desestimular os concorrentes menores ao observar o seu “poder de fogo”
(MINTZBERG, 2000).
Sejam
quais forem as considerações acerca das definições de Estratégia, sempre
existirão os pontos considerados como fortes e os que caracterizam alguma
desvantagem. Ao se considerar a Estratégia como elemento de fixação de
direções, a vantagem é que consegue-se mapear o curso a ser seguido, ou seja,
fornece uma direção para que a empresa prossiga coesa com o objetivo proposto.
Para Mintzberg (2000), o contraponto é que seguir um curso pré-determinado em
cenários desconhecidos, pode ser perfeito para colidir com situações
imprevistas, pois se faz importante sempre olhar para os lados.
Considerar
a Estratégia como concentração de esforços, possui a vantagem de promover a
coordenação das atividades. Parecido com o conceito anterior, pode-se correr o
risco de que o pensamento grupal esteja tão focado que se deixe de utilizar a
visão periférica para observar os acontecimentos ao redor. Já a Estratégia como
definidora da organização, possui como vantagem a clarificação para os
colaboradores do que é a empresa. Por outro lado, fechar-se numa definição
desse tipo pode ser um simplificador das dimensões de uma organização,
perdendo-se a riqueza de sua complexidade.
A
Estratégia como fator de coerência, apresenta a vantagem de reduzir as
distorções de entendimento. Segundo Mintzberg (2000), em contrapartida, a
criatividade encontra campo fértil na pluralidade das experiências. É importante
entender que qualquer que seja a definição a ser adotada, são apenas
representações da realidade, que para cada um pode ter um significado
diferente.
As
pessoas funcionam melhor quando conseguem identificar algumas coisas como
certas, pelo menos para as regras da empresa, ainda que por um determinado
tempo. Este é um importante papel da Estratégia, gerando um certo “conforto” em
se ter um direcionamento. É verdade também que as situações são dinâmicas:
ambientes se desestabilizam, nichos desaparecem, oportunidades se abrem. E o
que até então era considerado uma vantagem competitiva pode deixar de sê-lo a
qualquer momento. Mintzberg (2000) ensina que é por isso que, embora o conceito
de estratégia procure criar uma associação com estabilidade, grande parte do
estudo tem necessariamente que focalizar em mudanças.
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